Thursday 8 November 2007

HENRY MORTON STANLEY



Introdução

Henry Morton Stanley (1841-1904), jornalista Anglo-Americano e explorador de África, mais conhecido por ter encontrado o explorador e missionário Escocês David Livingstone na África de Leste em 1871. HMS está entre os exploradores Europeus mais conhecidos. O seu trabalho foi muito importante naquilo que se veio a tornar a disputa por África (por parte das potências Europeias), que se verificou nos finais do século 19 e início do século 20.

2. Início da Vida e Viagens

Nasceu como John Rowlands em Denbigh, no País de Gales, num meio de grande pobreza, passou a sua juventude numa casa de ofícios Galesa. Teve vários tra balhos em Liverpool, depois viajou para New Orleaes, n Louisiana, como rapaz de cabina num barco, em 1859. Um comerciante americano chamado Henry Stanley deu um emprego a Rowland e tornou-se virtualmente seu pai, adoptando-o, e convenceu-o a tomar o seu nome. Quando rebentou a Guerra Civil Americana enm 1861 Stanley juntou-se ao exército da Confederação e em Abril de 1862 foi cpturado na Batalha de Silhoh. As forças da União libertaram-no quando ele concordou juntar-se um regimento federal de artilharia, mas brevemente foi dispensado depois de ter contraído disenteria. Depois da sua recuperação Stanley navegou com a Marinha do Estados Unidos e em navios mercantes antes de regressar aos Estados Unidos, onde viajou pelas Montanhas Rochosas e deixou relatos escritos. Em 1866, como correspondente do Missouri Democrat, ele viajou com a Cavalaria em campanhas contra os Americanos Nativos no Missouri e no Kansas. Acompanhou uma campanha militar britanica contra o Imperador Etíope Teodoro II, onde foi o primeiro a relatar notícias da queda de Magdala, capital etíope em 1868.

3. EXPLORADOR CORRESPONDENTE

Entre 1869 e 1871 o proprietário do Herald’s, James Gordon Bennett, enviou Stanley para cobrir a abertura do Canal do Suez no Egipto, depois para a Crimeia, Pérsia e India. A sua tarefa final era tentar localizar o missionário e explorador escocês David Livingstone, que esteve incontactavel durante vários anos enquanto explorava a região dos lagos na África Central. Esta missão fez o nome de Stanley. Encabeçando uma expedição com cerca de 2000 homens, ele saiu de Zanzibar em direcção a oeste, para a zona onde se pensava que deveria estar Livingstone, em Março de 1871. Pelo caminho encontrou forte oposição dos Africanos, chegando até a pensar que estaria em causa o sucesso da expedição. Passados oito meses, a 10 de Novembro, Stanley encontrou Livingstone, doente, em Ujiji, uma cidade no Lago Tanganika, e cumprimentou-o com a frase que ficou famosa: “Dr. Livingstone?, presumo eu”. Stanley reabasteceu Livingstone, tratou dele até recuperar a saúde, e acompanhou-o na exploração na área norte do Lago Tanganica. O livro de Stanley relatando a sua aventura: Como eu encontrei Livingstone (1972), foi extremamente popular na Gra-Bretanha. Depois do seu regresso à Europa, o Herald enviou Stanley para cobrir a campanha Británica contra o Reino Ashanti na Costa do Ouro (agora Gana), em 1873. Ele escreveu sobre esta e a campanha anterior na Etiópia, publicando o livro Coomassie e Magdala: duas campanhas Britanicas (1874).

O New York Herald e o London Daily Telegraph partilharam os custos da próxima aventura de Stanley, no sentido de responder a algumas questões geográficas acreca da África Central que não ficaram resolvidas, e permaneceram após a morte de Livingstone em 1873. A expedição que durou desde Outubro de 1874 até Agosto de 1877, foi uma das mais difíceis alguma vez levada a cabo por um explorador Europeu em África, tendo ainda dado significativos avanços ao conhecimento do Continente. Stanley deixou Zanzibar com 359 homens e lentamente se dirigiu para o Lago Victória. Visitou o Rei Kabaka Mutesa de Buganda no lado oeste do Lago, conseguindo autorização para trazer missionários cristãos para a zona. Stanley navegou em todo o perímetro do Lago, envolvendo-se em algumas escaramuças com os habitantes das margens do lago. Nestes encontros Stanley, novamente, usou métodos brutais para combater a resistência Africana. Num desses incidentes, respondendo ao desafio dos habitantes de uma pequena ilha, utilizou modernas armas de fogo, matando dezenas de pessoas e ferindo muitas mais.

Após ter navegado o Lago Victoria Stanley deslocou-se para sul, navegando no Lago Tanganica, ele entrou para oeste pelo Rio Lualaba, um afluente do Rio Congo que Livingstone tinha localizado. Naquele que deve ter sido o seu maior feito como explorador, Stanley conduziu a sua equipa ao longo dos Rios Lualaba e Congo até ao Oceano Atlântico, numa distância de cerca de 3000 km, através de floresta equatorial e águas desconhecidas. Ao longo do percurso a expedição sofreu de doenças, deserção, afogamentos e ataques por africanos, incluindo uma emboscada por milhars de canibais. Dos 359 homens, apenas chegaram ao Oceano Atlantico, 108. Esta aventura, descrita no livro de Stanley, Através do Continente Negro (1878), responde a muitas das questões que os Europeus faziam na altura acerca da geografia da África Central, incluindo o tamanho e a drenagem dos Lagos Victoria e Tanganika. A viagem também revelou a existência dum caminho navegável, o Congo atingindo a região central de Áfricaque possuia grande potencial comercial. Foi informação preciosa para o Rei Leopoldo II da Bélgica, que rapidamente abriu a torneira da riqueza Africana.


4. CONTRATA-SE EXPLORADOR


Leopoldo ofereceu trabalho a Stanley logo que este chegou à Europa, mas Stanley precisava de descansar e preferia trabalhar para os interesses Británicos. Mas quando percebeu que os Ingleses não estavam interessados em desenvolver e colonizar a África Central, ele voltou ao Congo com o patrocínio do Rei Leopoldo em 1879. Nos seis anos seguintes Stanley trabalhou no sentido de atrair o baixo Congo ao comércio, construindo uma estrada que ia da foz até Stanley Pool (agora Pool Malebo), onde o rio se tornava navegavel. Este trabalho trouxe-lhe um nome de guerra, Bula Matari ou ‘destruidor de pedras”, um epíteto que também se aplica ao carácter de Stanley. Ele celebrou acordos com líderes locais reconhecendo a autoridade da Associação Internacional do Congo, uma suposta organização filantrópica que Leopoldo fundou e chefiava. Stanley reuniu-se com o explorador francês Savorgnan de Brazza, que liderava as pretensões francesas na área. Esta competição ajudou a organização da Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, na qual as principais potencias coloniais se encontraram para discutir as sus pretensões em África. Por causa dos esforços de Stanley, Leopoldo obteve direito para aquilo que era chamado o Estado Livre do Congo, que occupava a maior parte da bacia do Congo. Stanley escreveu acerca deste trabalho para Leopoldo no livro O Congo e a Fundação dum Estado Livre (1885).

Stanley a seguir interessou-se pelos desejos imperiais Británicos na África de Leste. Fez isso liderando uma expedição para a libertação de Mehemed Emin Pasha, um governador local no Sudão Egipcio, e expandir as reclamações Británicas na região. Emin foi expulso do Egipto em 1883, por uma revolta liderada por Muhammad Ahmad, um lider religioso islamico conhecido por Mahdi. Esta difícil viagem, que durou de 1888 e 1889, trouxe Stanley a terras que nunca nenhum Europeu tinha visitado. Stanley alcançou Emin perto do Lago Alberto em Abril de 1888, mas este inicialmente não desejava sair. Stanley celebrou acordos com líderes Africanos na região que autorizam as pretensões Británicas, naquilo que se tornaria o Leste de África Britanico, e por volta de 1889, persuadiu Emin a sair. Na sua viagem de regresso à costa do Oceano Índico, Stanley avistou a Ruwenzori Range descobrindo que o Rio Semliki ligava o Lago Alberto ao Lago Eduardo. Stanley escreveu essas descobertas no livro Na África Negra (1890).

5 – ÚLTIMOS ANOS

Stanley retirou-se depois desta última aventura. Em 1890 casou com Dorothy Tennant e a partir de 1892 saiu em visitas académicas aos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. Ao regresssar a Inglaterra ele tornou-se um sujeito Inglês outra vez (tinha-se tornado cidadão americano em 1885), e em 1895 ganhou um assento no parlamento Británico, até 1900. Ele fez a sua última viagem a África em 1897, visitando as terras Británicas no sul de África e escreveu Através do Sul de África (1898). Stanley for armado Cavaleiro pela Monarca Rainha Victória em 1899.

6 – AVALIAÇÃO

Se Stanley está entre os exploradores Europeus mais impiedosos que passou por África, está também entre os melhor sucedidos. Muito do que o mundo ocidental conheceu acerca da África Central, incluindo os trajectos de rios e lagos, veio das explorações de Stanley. Ele foi uma pessoa chave na disputa empreendida pelas potências europeias em África. O seu apelo à Cristianização dos Africanos e pelo desenvolvimento do comércio com o interior, reflectiram os apelos anteriores de Livingstone e levaram os europeus a fixarem-se em território africano. Quando Stanley morreu em 1904, toda a África estava virtualmente nas mãos dos Europeus.

No comments: