Wednesday 24 October 2007

HISTÓRIA DA ZÂMBIA


Os originais habitantes da Zâmbia, como a conhecemos hoje, foram os Bushman (também chamados San), que eram caçadores e recolhiam aquilo que a natureza lhes dá, que tinham uma vida nómada, com tecnologia da idade da pedra.

Os Bushman eram os únicos habitantes da região até ao século IV, quando os Bantu ou Tonga começaram a imigrar vindos do Norte. Tinham tecnologia mais desenvolvida – eram agricultores e tinham ferramentas de ferro e cobre e armas, tinham conecimentos de cerâmica. Ainda hoje o povo Tonga é reconhecido como bons agricultores, quer na produção de alimentos, assim como na criação de gado. Eram sedentários e viviam em pequenas vilas autosuficientes, com poucas casas, cultivando sorgo e feijão, assim como criando gado e caprinos.
Com a introdução da agricultura a população cresceu e mais terra foi sendo cultivada.
Assistiu-se à emergência de Reinos e à generalização da imigração. Quatro Reinos estabeleceram-se no período compreendido entre o século XVI e XIX, o Kazembe-Lunda no centro norte a volta do Rio Luapala, o Bemba no Nordeste, o Chewa no Leste e o Lozi no Oeste centrado acima do Rio Zambeze.

O território da Zâmbia actual, por estar distante da costa, não teve contacto directo com não africanos até muito recentmente na sua história. Mercadores Árabes e Portugueses aí se deslocavam no século XVIII. O primeiro registo de uma visita de Europeus à Zâmbia data de 1796, e foi Manoel Caetano Pereira (descendente de Goeses e Portugueses) e Francisco José Maria Lacerda (um explorador), em 1798. Amboa chegaram via Tete, em Moçambique para a capital dos Mwata Kazembe, tentando o acordo do chefe para a criação duma rota portuguesa de comércio entre os seus territórios de Moçambique e Angola. Lacerda morreu algumas semanas depois mas deixou uma valiosa contribuição escrita, que foi mantida pelo padre que o acompanhava e que mais tarde viria a ser traduzida para inglês pelo explorador Richard Burton.
Todavia, acredita-se que os Portugueses primeiro fixaram-se em Zumbo, Moçambique em 1720, que é mesmo ao longo do Rio Luangwa, da Zâmbia, na confluência com o Rio Zambeze. Por volta de 1829 eles fixaram-se no lado zambiano em Feira (agora Luangwa). Por isso é muito provável que eles visitassem território Zambiano entre 1720 e 1820.
O primeiro Britanico a colocar o seu pé em solo Zambiano foi David Livingstone. Em 1851 ele começou a sua famosa exploração de subida do Rio Zambeze, e em 1855 ele tornou-se o primeiro Europeu a ver Mosi-oa-Tunya, as quedas de água no Rio Zambeze, às quais ele veio a chamar mais tarde Rainha Victoria, e a cidade Zambiana mais próxima das Quedas, veio a chamar-se Livingstone em sua homenagem.

Período Colonial

Em 1988, Cecil Rhodes, representando os interesses políticos e comerciais na África Central, obteve dos chefes locais a concessão dos direitos minerais. No mesmo ano, Rodésia do Norte e Rodésia do Sul foram proclamadas como esfera de influência Britanica. No início o território pela empresa de Rhodes (British South Africa Company), a qual mostrou muito pouco interesse pela província, mas sim pela mão de obra barata.

Em 1923 o Governo Britânico decidiu não renovar o mandato da empresa de Rhodes; como resultado, a Rodésia do Sul foi anexada formalmente e admitida a sua auto governação. Depois de negociações a administração da Rodésia do Norte foi transferida para o Gabinete Colonial Britanico em 1924, como um protectorado, com Livingstone como capital. Foi mais tarde transferida para Lusaka em 1935. Um Conselho Legislativo foi estabelecido, mas apenas com assento de representantes da minoria branca (na altura eram 4000 pessoas).

Independência


Em 31 de Dezembro de 1963, a Federação da Rodésia e Nyasaland (criada em 1953) foi dissolvida, e a Rodésia do Norte tornou-se República da Zâmbia em 24 de Outubro de 1964.

Após as eleições, Kenneth Kaunda foi eleito Primeiro Ministro, e ainda no mesmo ano foi eleito Presidente da República, após o país ter adoptado um sistema presidencial.

Kaunda adoptou como ideologia o socialismo africano, baseado no sistema implantado por Julius Nyerere na Tanzânia. Políticas económicas focadas no planeamento centralizado e nacionalizações, e um sistema de partido único foi implementado.

Assim, Kaunda foi sucessivamente eleito em 1968, 1973, 1978, 1983 e 1988.

A Economia e a crise do cobre

Após a independência a Zâmbia adopta um política económica de esquerda. A economia era baseada em planos centrais, planos quinquenais, empresas privadas foram nacionalizadas e incorporadas em grandes conglomerados estatais. O objectivo do governo era atingir a autosuficiência, conseguindo fazer a substituição das importações. No início o plano funcionou mas depois a economia começou a declinar drasticamente. A economia estava muito dependente da indústria do cobre que tinha sido nacionalizada. Durante os anos 70 o preço baixou, resultando num grande deficit para as empresas do Estado, por outro lado os conflitos armados nos países vizinhos criaram problemas de transportação. Para lidar com a crise a Zâmbia contraiu grandes empréstimos junto do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, esperando que os preços do cobre subissem novamente, em vez de efectuar reformas estruturais.

Multipartidarismo

Após ter sido lavrada uma nova constituição, foram efectuadas eleições em 1991. Frederick Chiluba tornou-se no novo Presidente da República.
Actualmente Levy Patrick Mwanawasa é Presidente da Zambia desde 2002.

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