Thursday 25 October 2007

LIVINGSTONE - O HOMEM


Introdução

David Livingstone, missionário escocês e médico, passou metade da sua vida explorando a África Austral. Além de ter contribuido largamente para o conhecimento da geografia do continente Africano na Europa, chamou a atenção para esta zona de África e estimulou a actividade missionária cristã nesta zona. As suas actividades ajudaram a trazer uma competição por África, a qual foi virtualmente retalhada pelas potências Europeias nos finais do séc. XIX e início do séc. XX.

Livinstone nasceu em Blantyre, na Escócia, de uma familia religiosa e trabalhadora. Aos dez anos começou a trabalhar numa fábrica têxtil local, longas horas e um pagamento miseravel. Ele lia e estudava diligentemente quando nao estava a trabalhar e em 1836 entrou no Colégio Anderson (agora Universidade de Strathclyde), em Glasgow. Teologia e medicina foram os seus primeiros interesses. Em 1838 a Sociedade Missionária de Londres aceitou-o como candidato, e dois anos depois recebeu o diploma de medicina da Universidade de Glasgow. A Primeira Guerra do Ópio (1839-1842) entre a Inglaterra e a China arruinaram as suas esperanças de se tornar um missionário na China, mas a sociedade missionária arranjou um novo lugar para ele no Sudeste Africano.

Viagens Missionárias

Livingstone tinha 27 anos quando chegou à Cidade do Cabo, na ponta Sul de África em 1841. Prosseguiu para a missão mais a norte que tinha a Sociedade, Kuruman, na franja sul do Deserto do Kalahari. As estação tinha sido deixada pelo missionário Escocês Robert Moffat. Insatisfeito com o pequeno número de fiéis em Kuruman, e tendo um crescente desejo para, como ele dizia, “pregar o evangelho atrás acima de todas as coisas do homem”, Livingstone começou a aventurar-se mais para norte. Passados alguns anos ele tinha a sua própria estação em Mabotsa nas margens do Rio Limpopo. Em 1845 Livingstone casou com Mary Moffat, uma das filhas de Robert Moffat que Livingstone tinha conhecido em Kuruman. Ao longo dos anos nas suas explorações, Mary e seus filhos viajaram com Livingstone, enfrentando consideraveis privações.

Como missionário, Livingstone rapidamente veio a acreditar que a sua tarefa primária nâo era permanecer sempre no mesmo lugar, pregando o evangelho aos poucos interessados em ouvi-lo. Em vez disso, ele deveria continuar, alcançando novos grupos e passando-lhes o conhecimento do Cristianismo. Ele queria expandir esta ideia, acreditando que o seu papel era abrir o interior Africano a influências externas da Civilização Ocidental. Assim que isto acontecesse, pensava ele, comércio e Cristianismo deviam andar de braço dado para acabar com a escravatura e levantar o Povo Africano. Livingstone sonhava com isso (“abrirei um caminho para o interior ou morrerei”, confidenciou ao seu irmão), e tornou-o um dos maiores exploradores de África, nascido na Europa.

Em 1849, juntamente com dois atletas europeus e um guia Africano, Livingstone atravessou o Deserto do Kalahari e fundou Lake Ngami, lendária entr eo povo do Sul do Kalahari pela terra rica e fértil. Ele esperava alcançar o Povo Makololo mais a Norte (ele achava que o Chefe estaria aberto a uma missão Cristã), mas não conseguiu chegar a essa área. Dois anos mais tarde, acompanhado da mulher e filho, Livingstone atravessou o deserto outra vez. Desta vez ele alcançou os Makololo, cujo Chefe o recebeu abertamente, e avistou o Rio Zambeze. Livingstone visionou o Zembeze como uma via navegavel que ajudaria o interior da África Central.

EXPLORAÇÕES DE RIOS

Livingstone voltou à Cidade do Cabo em 1852, mandou a família para Inglaterra, e então fez preparativos para uma expedição de regresso. A sua intenção era criar um local saudavel na região de Makololo para construir uma missão e centro de comércio, e encontrar uma rota desde o alto Zambeze até uma das costas africanas. Ao longo de quatro anos ele ele empreendeu esta marcante aventura. Primeiro ele viajou para trás até ao Zambeze, daí para oeste até à Costa do Oceano Atlântico em Luanda (agora em Angola). Tendo falhado ter encontrado uma via navegavel e ligar o rio e a costa, Livingstone regressou ao Zambeze e iniciou a descida do rio. A despeito de vários episódios de malária, disenteria e fome, ele guardou cuidadosamente dados geográficos, que vieram preencher grandes lacunas existentes no conhecimento Europeu da Áfrical Central e Sul. Em 1855 Livingstone tornou-se o primeiro Europeu a ver o mergulho espectacular do Zambeze numa garganta estreita, a qual ele chamou Quedas Victória, em homenagem à monarca Britânica. Livingstone alcançou a boca do Zambeze no Oceano Índico em Maio de 1856, tornando-se o primeiro Europeu a ter atravessado em todo o seu comprimento, o Sul da África.

Livingstone regressou a Inglaterra como um herói nacional, e foi agraciado pela Sociedade Geográfica Real. O seu livro Viagens Missionárias e Pesquisas na África do Sul (1857) foi largamente difundido e fez discursos através do país. Em 1857 ele abandonou a Sociedade Missionária de Londres, cujos directores não estavam convencidos de que ele estivesse a espalhar o Evangelho durante as suas viagens. Como Mary e um filho, ele partiu para África outra vez em Março de 1858, desta vez com um encontro oficial com o Consul de Sua Majestade para a Costa Leste de África.

Entre 1858 e 1863, com meia dúzia de assistentes Britânicos e sucessivos barcos a vapor, Livingstone explorou o Zambeze, o Rio Shire, o Lago Malawi e o Rio Rovuma. Em 1861 Livingstone ajudou a Missão Universidade a instalar uma estação perto do Lago Chilwa, a sul do Lago Malawi; a morte do lider da missão e a retirada durante um ano foram reveses dificeis de ultrapapsssar. A nível pessoal ocorreu a tragédia da morte de Mary Livingstone em Abril de 1862 devido a malária. Juntando a isto, Livingstone estava incomodado com o comércio de escravos entre o Lago Malawi e a Costa Leste de África. Encontros com marchas de escravos acorrentados e com um território devastado pela guerra e pela escravatura desanimaram-no. Livingstone foi obrigado em 1864 pelo Governo Britanico a regressar, decepcionado com os resultados das suas explorações.

Livingstone Jornada Final

Regressado a Inglaterra, Livingstone permaneceu imensamente popular na Sociedade Geográfica Real e junto do público Britânico. Os seus discursos acerca da necessidade de agir contra o comércio de escravos e a publicação de Narrativa duma Expedição ao Zambeze e seus Tributos (1865) trouxeram suporte privado para outra aventura, desta vez para explorar as linhas divisórias das águas na África Central. Esta expedição deverá procurar a nascente do Nilo, um assunto muito em voga na Europa, e produzir novos relatórios sobre o comércio escravo na região. Livingstone nunca perdeu a esperança que “civilizando influências” poderiam começar o processo de supressão do comércio escravo, ao qual chamou “esse diabo enorme”. Designado Consul Britanico para a África Central, sem salário, ele partiu para África em 1865.

A expedição final de Livingstone durou de 1866 até à sua morte em 1873. Estava acompanhado por dois africanos: Chuma, um escravo libertado e Susi, um homem empregado anteriormente numa expedição com barco a vapor. Livingstone, tentou uma vez mais, sem sucesso, penetrar a Leste seguindo pelo Rio Rovuma. Aí, acometido por várias febres e tornando-se cada vez mais fraco, ele explorou o Lago Malawi, o Lago Mweru, o Lago Bangweulu, e os curso de água de rios fluindo de e para esses lagos. A partir de Ujiji no Lago Tanganica ele acompanhou um grupo de mercadores árabes de escravos para Oeste, em Março de 1871, tornando-de o primeiro Europeu a alcançar o Rio Lualaba. Livingstone teorizou que o Lualaba seria a nascente do Nilo (é actualmente a nascente do Rio Congo), mas a instabilidade causada pela captura de escravos tornou o avanço da exploração impossivel. Com a sua saúde a deteriorar-se, regressou a Ujiji em Outubro.

Durante a maioria destas últimas explorações, Livingstone estava impossibilitado de relatar as suas actividades, e o seu bem estar tornou-se uma matéria de preocupação internacional. Cinco dias depois da sua chegada a Ujiji, uma equipa chefiada pelo Anglo-americano e jornalista Henry Morton Stanley alcançou Livingstone. Stanley supostamente cumprimentou Livingstone com as famosas palavras “Dr. Livingstone, presumo eu” depois de Livingstone ter convencido Stanley de que ele não estava a precisar de socorro, os dois homens exploraram juntos o Lago Tanganica. Então, reabastecido de víveres, Livingstone avançou uma vez mais, através do Lago Bangweulu, e continuou os seus esforços em procura da nascente do Nilo. A disenteria enfraqueceu-o de tal forma que teve de ser transportado em maca, e finalmente já não podia viajar de todo. Faleceu em Chitambo (na Zâmbia, actualmente) em Maio de 1873. Chuma e Susi enterraram o seu coração na base duma árvore e secaram e embrulharam o corpo de Livingstone. Então carregaram o corpo, juntamente com os documentos e instrumentos de Livingstone até à Ilha de Zanzibar, no Oceano Índico, uma viagem que demorou nove meses. Em Abril de 1874 os restos mortais chegaram a Londres e foi sepultado na Abadia de Westminster. O funeral do herói levantou mais uma vez a atenção dos Britânicos para as ideias de Livingstone para o progresso de África. As Últimas Jornadas de David Livingstone na África Central (1874) foi publicado postumamente.

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