Wednesday 31 October 2007

LIVINGSTONE - A CIDADE

Livingstone é uma cidade colonial histórica e actualmente é a capital da Provincia mais a Sul da Zâmbia, um centro turístico para Mosa-oa-Tunya (Quedas Victória), distanciadas 10 km a Sul, no Rio Zambeze, e uma cidade fronteiriça com ligações por estrada e caminho de ferro como Zimbabwe no outro lado das Quedas. A sua população em 2002 é cerca de 97000 pessoas.

História Pré Colonial

Mukuni, 10 km a sudeste, era a aldeia maior existente na área antes de Livingstone ter sido fundada. Os seus habitantes da etnia Baleva, são originários da cultura Rozwi no Zimbabwe, mas foram conquistados pelo Chefe Mukuni que veio do Congo no século XVIII. Outro grupo de Baleva sob as ordens do Chefe Sekute viveu perto do rio a oeste da cidade. Os mais numerosos na área eram, pensa-se, os Batoka sob o comando do Chefe Musokotwane, que estavam em Senkobo, 30 km a norte. Estes são o Povo Tonga do Sul mas são culturalmente e linguisticamente paracidos como os Baleya e juntam-se com eles como os “Tokaleya”.

Os Tokaleya pagam tributo aos Lozi de Barotseland mas em 1838 os Kololo, uma tribo Sotho proveniente da África do Sul expulsa pelas guerras Zulu, migrou para norte e conquistou os Lozi. Os Kololo colocaram como chefes dos Tokaleya, os seus subordinados Subiva . Em 1855 o explorador missionário inglês David Livingstone tornou-se o primeiro Europeu a esplorar o Zambeze na vizinhança de Livingstone e a ver as Cataratas Victoria quando foi levado lá por Sekeletu, Chefe dos Subiya/Kololo.

Em 1864 os Lozi atiraram para fora os mestres Kololo e reestabeleceram o seu dominio sobre os Subiya e os Tokaleya na vizinhança das Quedas, que se tornou a margem sudeste do Grande Reino Barotseland.


História Colonial

Nos anos 90 A Companhia Sul Africana Britanica de Cecil Rhodes estabeleceu regras imperiais no norte do Zambeze e lançou uma onde de prospecção de minério e exploração de outros recursos naturais tais como madeira, marfim e peles de animais no território ao qual chamaram Rodésia do Norte. O ponto de atravessamento principal do Zambeze era acima das quedas numa zona chamada Old Drift , por canoa, mais tarde num barco de aço puxado por oito remadores Lozi, ou uma barca ligada a um cabo de aço. A garganta Batoka e o vale profundo e as gargantas do Zambeze médio (agora inundados pela Barragem de Kariba) sendo este o melhor ponto de atravessamento. À medida que a zona do Old Drift foi sendo usada, o casario começou a aumentar e por volta de 1897 ela tornou-se no primeiro munícipio do país e é referida algumas vezes como “velha Livingstone”. A proximidade de zonas com grande incidência de mosquitos, fez com que ocorressem muitas mortes por malária, por isso a aprtir de 1900 os Europeus mudaram-se para áreas mais altas como a Colina Constituição ou correios Sandbelt, e esta área cresceu e tornou-se numa cidade chamada Livingstone, em homenagem ao famoso explorador.

Em meados dos anos 90 os Caminhos de Ferro Rodesianos chegaram a Bulawayo na Rodésia do Sul estimulado pelo desenvolvimento industrial da zona, alimentado pelas minas de carvão a apenas 110 km a sudeste de Mosi-oa-Tunya. O Caminho de Ferro extendeu-se atá Hwange pelo carvão, mas a visão de Rhodes era continuar para norte para alargar o Império Británico, e levá-lo até ao Cairo, se fosse possível. Em 1904 o Caminho de Ferro chega às Quedas no lado Sul e começa a construção da Ponte Quedas Victória. Impaciente para esperar pelo fim da construção da ponte, Rhodes tinha a linha de Livingstone para Kalomo construida e as operações começaram alguns meses antes do uso da ponte, usando uma só locomotiva que foi atravessada em peças através de cabos temporários colocados junto ao estaleiro de construção da ponte.

Com a abertura da ponte em 1905, Livingstone teve um crescimento explosivo e a Empresa Sul de África Britanica mudou a capital do território para aí em 1907. Em 1991 a companhia anexou o território com a Rodésia Noroeste, tornando-se a Rodésia do Norte.

Livingstone prosperou da sua posição de porta de entrada entre os lados norte e sul do Zambeze para uma posição de centro agrícola da Provincia do Sul e de produção e comercialização de madeira das florestas do noroeste. Um grnade número de edifícios coloniais foram construidos nessa altura. Entretanto a capital muda-se para Lusaka em 1935 para estar mais próximo do centro económico da Cintura do Cobre, indústrias da madeira, peles, tabaco, algodão (incluindo têxteis) e outros produtos agrícolas em ascenção. Um central hidroeléctrica foi construida aproveitando a água da Catarata mais a leste das Quedas. A cidade de Quedas Victoria na Rodésia do Sul tinaha o comércio turístico, mas muitos abastecimentos eram provenientes de Livingstone.

De todas as cidades da Rodésia do Norte, a Livingstone colonial tomou um carácter mais parecido com a Rodésia do Sul ou mesmo a África do Sul da altura, com uma marcada forte segregação embora não se tratasse de política de apartheid oficial, na prática tinha os mesmos efeitos. As metades norte e do oeste da cidade e o centro estavam reservadas ao governo colonial aos negócios dos brancos e às áreas residenciais associadas, enquanto os Africanos, como os Maramba (chamados assim a propósito do pequeno rio existente aí) estavam no sul e Este. Asiáticos e as pessoas de raça mista tinham negócios no meio, do lado Este do centro.

Com o aproximar da independencia e por uns anos mais tarde, muitos brancos da cidade mudaram-se para a Rodésia ou para a África do Sul.

Pós Independência

Na altura da Independencia, em 1964, Livingstone tinha como beneficio os gastos do novo governo no desenvolvimento, como uma fábrica de automóveis, e os ganhos do exército de expatriados contratados para esses projectos, assim como por zambianos que experimentavam pela primeira vez a liberdade no seu país. Todavia, no final dos anos 60, aquando da crise da UDI (Declaração Unilateral de Independência) da Rodésia forçou a Zâmbia a encerrar a fronteira em Livingstone; a cidade sofreu um declínio económico devido à baixa no turismo e perdeu-se o comércio com o Sul. A indústria da madeira acabou com o fim das florestas à volta de Mulobezi, e a indústria transformadora sofreu da ineficiência das empresas do Estado. Nos anos 70 e 80 a crise foi aumentada pelo calamidade que constituiu o abaixamento dos preços do cobre e a incapacidade da gestão economica do Governo, de tal forma que quando foi reaberta a fronteira com o Zimbabwe em 1980, após a independência deste país, Livingstone não conseguiu tirar partido disso. A cidade parecia parada no tempo e incapaz de alcançar novo desenvolvimento e manter a infraestrutura existente.
Nos últimos 10 anos, apesar da indústria transformadora continuar a decair, com o encerramento de empresas têxteis que não conseguem competir com os países asiáticos, Livingstone tem vivido um ressurgimento do turismo. Todavia está debaixo de alguma pressão ambiental – desde o declínio na indústria do cobre e alguns sectores agrícolas, mais pessoas tem mudado para a cidade à procura de emprego. Como resultado disto aumentou a criminalidade e os problemas com os resíduos sólidos.
A esperança de Livingstone assenta no Corredor de Walvis Bay com a abertura da Ponte de Katima Mulilo e da Autoestrada Transcaprivi, o qual traz mais negócio à cidade.
O nome Maramba está aos poucos a tomar conta da cidade. Foi até proposto para nome alternativo para a cidade. Livingstone é o único nome não Africano para uma cidade em toda a Zâmbia e nunca foi alterado devido à acção do Presidente Keneth Kaunda, cujo pai foi educado por missionários Escoceses que siguiram as pisadas de Livingstone. O recente aumento do fenómeno do turismo pode significar que uma alteração do nome não seja benéfica em termos comerciais e pode prejudicar o reconhecimento internacional da cidade como destino turistico internacional.

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